terça-feira, 21 de julho de 2009

DIA DOS NAMORADOS EM NY.

Escrevo, hoje, sexta-feira,dia 12 de junho, dia dos namorados. Chove aquela garôa paulista, que é parecida aqui em Nova Yorque. Daqui a pouco tenho uma chatissima reunião de trabalho onde todos querem pontificar e saber mais que todo mundo. Ainda bem que terá umas três horas apenas. Depois vou almoçar com o meu amigo Lucas Mendes, papo inteligente, mas ameno. Ótimo para aquecer um pouco esta primavera friorenta e chuvosa. Lucas está levando o nosso Consul Geral Osmar Chohfi, um diplomata elegante,culto e simples.Mais tarde vou a farmácia, pois sem ela não passo. Olhando pela janela do meu escritório vejo uma imagem borrada da cidade grande que segue sua vida apesar da crise. Muita gente fazendo muita coisa. Menos comprar pesentes.Aqui não é dia dos namorados, pois o "Valentine's day"cai em outra data.Eu sei que esses dias...das festas de fim de ano, das mães, dos pais e dos namorados estão atrelados a uma estratégia comercial e existem em função de promover vendas. Mas tem seu lado sentimental. A gente lembra dos outros. Quebra a rotina egoista de só pensar na gente e só fazer as obrigaçoes diárias. Até na relação do amor a rotina interfere. Os problemas, as decisões do que fazer juntos ou separados,o nosso dia a dia de porquinhos práticos ,que todos temos , tudo leva a um esfriamento da relação. Fica faltando tempo para sonhar, fantasiar e brincar como se fosse o primeiro namoro da vida...falta ,enfim ,tempo para amar.. Será que nos dias de hoje ainda existe o amor que nós idealizavamos no nosso tempo ingênuo , quando eramos crianças descobrindo o mundo? Será que existe aquele sentimento que nos fazia enrubescer quando a pessoa amada descobria que a gente a estava amando há muito tempo, em silêncio,com medo de não ser correspondido? Será que ainda se chora de emoção ao ver os olhos da pessoa amada boiando em sensíveis lágrimas de amor? Não sei. O nosso mundinho passou a andar muito depressa , tão cheio de interesses imediatos, que até o valor do toque fisico entre namorados,filhos, mães e pais, parece estar limitado a aqueles beijinhos formais. Poderiamos entrar na discussão também de sexo e amor, mas isso não tem fim e está muito batido. Só quero nesse dia dos namorados, frio e úmido,perguntar :Sobrou alguma coisa do amor sincero,aquele delicado e desinteressado, ou sobraram apenas as ligaçoes por conviniência? Talvez tenhamos sido esmagados pelo peso da vida, pela luta para sobreviver, pela ambição, pelo medo e pelas regras da sociedade. Ou,simplesmente,ignoramos o desafio de amar para administrar coisas mais fáceis e de menor importância. Deveriamos ir mais devagar e , menos estressados,reservar corpo e alma para a complicada e deliciosa arte de AMAR. Boni

do blog do Boni

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