quinta-feira, 20 de agosto de 2009

DEU EM O ESTADO DE S.PAULO

Derrotado, Mercadante é tachado de ingênuo

Senador briga com cúpula do PT, fica sem diálogo com PMDB e irrita Lula

De Christiane Samarco, Eugênia Lopes e Vera Rosa:

Mesmo sentado na cadeira de líder do PT, o senador Aloizio Mercadante (SP) deixou o Conselho de Ética do Senado ontem ostentando o título de grande derrotado na operação política que livrou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), de um processo de cassação.

Além da acusação de negar solidariedade aos petistas forçados a absolver Sarney no conselho, Mercadante sai do episódio com uma baixa em sua própria bancada - a do senador Flávio Arns (PR), no mesmo dia em que perdeu Marina Silva (AC).

O senador entrou em confronto com a direção nacional do PT, ficou sem condições de diálogo com a cúpula do PMDB no Senado e deixou irados o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata petista à sua sucessão, ministra Dilma Rousseff.

"Admito que isso vai dificultar minha interlocução com o Planalto e com o governo", disse Mercadante ontem à noite, insistindo em responsabilizar Sarney pela "dificuldade" que o PT vive hoje. "Não radicalizei. Simplesmente não cedi", completou, ao confessar seu desconforto à frente da liderança. "O mais coerente e melhor para mim, politicamente, seria eu renunciar.

É o que eu teria feito logo após a reunião do conselho, não fosse o apelo sincero de todos, inclusive do senador João Pedro (AM), de que minha saída agravaria mais a situação do partido", explicou o líder, referindo-se a um dos petistas que votaram a favor de Sarney.

Ato contínuo, Mercadante observou que a possibilidade de renúncia "ainda está em aberto". Bastará uma cobrança dos outros dois votos petistas para absolver o presidente do Senado - Delcídio Amaral (MS) e a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC) - para que ele coloque seu cargo à disposição, como fez ontem e anteontem. Leia mais em: Derrotado, Mercadante é tachado de ingênuo

do blog do Noblat.

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