sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DEU EM O GLOBO

Do Senado para a campanha

Cúpula da Casa ganha funcionários extras, pagos com verba pública, para escritórios nos estados

De Adriana Vasconcelos:

A Mesa Diretora do Senado decidiu ontem legislar em causa própria e autorizou seus 11 integrantes e também os 14 líderes da Casa a designar três funcionários comissionados para seus respectivos escritórios políticos nos estados.

Serão dois assessores técnicos, cada um com salário de R$ 9.900, e um secretário legislativo, com vencimento de R$ 7.600. Pelas regras em vigor na Casa, esses cargos ainda podem ser subdivididos.

Todos os 81 senadores já podem ter em seus escritórios políticos servidores comissionados (não concursados), sem limites, pagos pelo Senado.

Os 75 funcionários para os escritórios políticos, um reforço para os senadores às vésperas do ano eleitoral, custam, na folha de pagamento do Senado, cerca de R$ 8,2 milhões por ano.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o 1 secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), justificaram a iniciativa alegando que a Mesa Diretora apenas teria atendido a uma solicitação dos líderes partidários.

- Acontece é que a Mesa tinha proibido que, nos escritórios regionais, fossem utilizados funcionários das lideranças. Mas recebemos um abaixo-assinado de todos os líderes da Casa pedindo que fosse aberta uma exceção de três cargos, para que eles pudessem utilizar esses funcionários nos seus gabinetes, nos seus estados. E a Mesa aprovou esse pedido — explicou Sarney, no plenário.

- Os líderes alegam que têm necessidade. Não gera despesa. Não há nada errado. Não tem nenhuma aberração. A Mesa achou por bem atender a essa reivindicação, que é de todos os líderes — defendeu Heráclito.

A informação, no entanto, foi imediatamente contestada pelo líder do DEM, senador José Agripino (RN).

- Não fui consultado sobre esse fato e não concordo. Na liderança do Democratas não há nenhum funcionário lotado no meu estado, e acho desinteressante. As lideranças partidárias funcionam em Brasília. Eu não assinei esse documento, eu não me lembro de me terem sido sugeridos, mas são casos para serem apreciados e definidos — afirmou Agripino. Leia mais em O Globo

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