quinta-feira, 17 de junho de 2010

Produção local é a grande tendência do segmento de TV

Tema foi discutido durante o 11º Fórum Brasil, em São Paulo

A América Latina como pólo exportador de conteúdos inovadores, e a tendência comercial do crescimento das produções locais foram alguns dos alvos de debates do painel “No ar: o que passa nas telas”, durante o 11º Fórum Brasil – Mercado Internacional de Televisão (evento que acontece até esta quinta-feira (17), em São Paulo, e é considerado o mais importante encontro de negócios em programação de TV da América Latina).

De acordo com Ricardo Scalamandré, diretor da divisão internacional da Rede Globo, a produção local deverá alcançar o sucesso na televisão no Brasil, com custos cada vez mais enxutos. “A realidade local sempre vai vencer. Aliar boas histórias com recursos locais é, sem dúvida, o caminho. Contudo, a qualidade não é o bastante. É preciso desenvolver conteúdos que sejam viáveis comercialmente, e que também se adaptem às inúmeras plataformas hoje existentes, como TV, mobile e internet, por exemplo. É fundamental, portanto, determinar ‘quem paga a conta’ dessas produções”, enfatizou Scalamandré.

Para o executivo, mesclar a produção local com o mercado crescente das co-produções, além da realização de conteúdos de qualidade, configura-se em uma das receitas de sucesso para o segmento.

Já Daniela Busoli, diretora geral da Endemol Brasil (braço da produtora criado em 2009) ressaltou que produções com características locais são interessantes, porém, encontram dificuldades de exportação devido às suas características culturais e o alto custo. “Os realities shows e os games shows são formatos que conseguem se adaptar mais facilmente e atingem, respectivamente, os mercados locais e globais”, destacou Daniela.

Em relação à América Latina, a executiva citou o mercado da Argentina como pólo monopolizador para a exportação de formatos. Neste país, por exemplo, a produtora detém um verdadeiro hub de produção caracterizado pela Endemol Argentina. “Na América Latina, esse país está na frente. Mas o Brasil tem grande potencial. As produtoras brasileiras são incríveis. Pretendemos usar a Endemol para promover a propriedade intelectual brasileira que, até o momento, está mal explorada”, disse Daniela, acrescentando que em comparação com a Argentina, a produção brasileira ainda apresenta alto custo.

No quesito inovação, Marcel Viany, da distribuidora mexicana Comarex, apontou a América Latina como uma grande produtora no desenvolvimento de conteúdos inovadores. Neste sentido, questionamentos sobre a possibilidade de criação de um próximo ‘hit’ de conteúdo foi um dos pontos discutidos pelos participantes do painel. “Quando será que vamos ter um novo ‘Sex in the City’, por exemplo”, perguntou Scalamandré.

Para a diretora geral da Endemol Brasil, no momento, embora haja casos pontuais, não existe um grande sucesso sendo veiculado. “Pode ser que consigamos ter ‘hits’ de nichos. Mas criar um conteúdo que atinja os públicos de A à Z não sei se é uma realidade atualmente”, afirmou Daniela.

por Juliana Welling, do propaganda e marketing

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